o Maurício. O blog do Artur é: http://oglobo.globo.com/cultura/xexeo/

quinta-feira, 7 de julho de 2011

rosae

E como não sei desenhar,
E nem como buscar,
Tome este verso
Como uma flor

participium

A alma leva meu couro
Já marcado.
Mas não leva meu corpo,
Ainda imaculado.
Apesar de ultrajado,
Cirurgiado,
Machucado,
Humilhado,
Indignado,
Desrespeitado,
Meu couro já marcado
Vai sem o medo da culpa.
Mas fica o corpo, feito prova
De que a alma leva as marcas,
Mas não leva o corpo,
Ainda que imaculado.
Apesar de pouco abençoado,
Desavergonhado,
Desarticulado,
Regurgitado,
Circuncidado,
A alma se agarra ao couro,
Feito bóia.
E solta o corpo que lhe sopra o couro.
Porque marcas não se dissipam,
Permanecem
Como corpos imaculados.

invenire

Belo e repugnante,
Encontrar seus olhos
No acaso.

spectare

Mas por quais olhos mesmo,
você me enxerga?