o Maurício. O blog do Artur é: http://oglobo.globo.com/cultura/xexeo/

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Tortuosum



Escravo de um poema torto,
Me devolvo a solidão.
E no trato real da palavra,
Entre tentativas e erros,
Recuso a liberdade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Pertineret



Não me cabe outro poço,
Senão aquele.
Não me cabe outra história,
Senão aquela.
E de tudo que tenho tido,
Quase nada me cabe.
A não ser esta outra
Que não tem cabimento,
De qualquer forma.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

terça-feira, 24 de junho de 2014

Nec umquam



Escrevo um poema torto
Do jeito que sempre quis,
Pois detesto andar ereto
Como aqueles que nunca vêm.
Escrevo um poema reto
Do jeito que nunca quis,
Pois amo andar encurvado
Como aqueles que sempre vêm.
Escrevo um poema assim
Do jeito que nem sei,
Pois são tantos sentimentos
Como aqueles que nunca são.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

segunda-feira, 31 de março de 2014

Calicem

Deixo a porta
Entreaberta.
Deixo o copo
Pela metade.
Odeio verdades
Absolutas
E mentiras
Descaradas.
A penumbra
É minha irmã
E o espelho
Só revela a si.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Conjugate

A saudade tua
É anômala
À minha carne.
Mas homônima
Da minha pele.
Não se fala
De qualquer modo,
Não se conjuga
Sem sujeito.

Vocavit

E o vazio
Pluriciente,
Me chama
À sabática.
Como convém.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Et brachium



Assim, meio sem graça,
Vou reclamando
Meus espaços aqui e acolá,
Entre os teus ou outros braços.

Mirum creatura



Sou apenas uma estranha criatura
Feio, fraco, barrigudo.
Mas não sou tão medonho assim,
Somente uma triste e solitária figura.
Um entrave que vem das mesmas entranhas
De onde nasço.

Natus est



Nasci destas mesmas entranhas
De onde brota o desgosto.
E de seus entraves inespecíficos,
Faço minha canção da meia noite.

Hoc



Valho-me desta,
Porque já não valho mais nada,
Nem tenho mais nada,
Somente este nada mais,
Ou o que o valha.

Per horam



Me auto-defino em alguns motes:
Por hora sou morte!

Definiant



Me defino em alguma morte:
Este silêncio é meu dote!

Gaudium



Não quero
Sua gorda alegria,
Nem os sorrisos magros.
Quero meias palavras
Servidas
Em meias taças.